Candidatura de Francisco Lopes apresentou Mandatário e apoiantes em França
Constituíam a mesa, que presidiu ao acto, a vereadora de Villejuif, Sandra Pereira, Manuel Brito, presidente da ARCOP, a colectividade que acolheu o evento, o mandatário da candidatura, Raul Lopes, e João Rufino, dirigente do PCP em França. Este apresentou os restantes e fez breves referências a alguns aspectos da biografia do mandatário.
Na sua intervenção, Raul Lopes começaria por declarar que se sentia "muito honrado por ter sido designado pelos meus camaradas de Partido como Mandatário da Candidatura Presidencial de Francisco Lopes em França" e afirmar-se-ia igualmente "orgulhoso de representar a única candidatura que não está comprometida com o rumo de afundamento do País, a única que corporiza um projecto alternativo, patriótico e de esquerda, vinculado aos valores de Abril, capaz de contribuir para um caminho de desenvolvimento, justiça e progresso social".
Ao afirmar com enfâse que "é a candidatura de Francisco Lopes quem faz a diferença", o mandatário em França referiu-se aos restantes candidatos, criticando particularmente Cavaco Silva e Manuel Alegre.
Sobre Cavaco Silva lembrou que é o político com mais anos de poder, "se somarmos os 10 anos como Primeiro-Ministro aos 5 que já leva como Presidente, mais o tempo em que foi Ministro das Finanças". O mandatário comunista denunciou "a desfaçatez de um político profissional que fala dos políticos como sendo os outros, como se ele mesmo não integrasse a mesma corporação" [...] "e que tem a "lata", com aquele ar professoral que me repugna, de dar conselhos e fazer críticas à actual situação económica e política do país, como se não fosse um dos seus principais obreiros, o que, neste caso, é o mesmo que dizer... culpados".
Quanto a Manuel Alegre, "candidato do PS apoiado pelo BE", ironicamente disse que este "sofre de uma especie de bipolarismo, que o leva, de manhã, a afirmar querer defender o povo das malfeitorias do capital neoliberal e do fantasma da globalização, acabando sempre a apoiar, à tarde, o essencial dessas políticas, levadas a cabo exactamente pelo seu partido de sempre, sempre que está no governo".
Raul Lopes referiu que "face a concorrentes deste tipo", era "absolutamente fundamental que aparecesse, como apareceu, uma candidatura patriótica e de esquerda: a candidatura de Francisco Lopes à Presidência da Repúbica, apoiada pelo PCP. Uma candidatura e um candidato para quem a "pátria" não é apenas uma rima de grande efeito e para quem a "esquerda" não é um disfarce", definindo-a tal como o vem fazendo o candidato que representa e se pode ler na sua Declaração de Candidatura.
Atentamente escutado pelos presentes, o mandatário em França da candidatura de Francisco Lopes também elencaria no seu discurso uma série de reivindicações respeitantes às Comunidades Portuguesas e que são caras aos comunistas, designadamente "a melhoria dos serviços públicos consulares"; "apoiar a cultura e o ensino do português como língua materna no estrangeiro"; "garantir as pensões de reforma aos trabalhadores emigrantes" e a indispensabilidade "da participação, do estímulo à participação, do reconhecimento e valorização dos emigrantes, das suas estruturas, da sua representação, do seu associativismo".
Quase a concluir, o mandatário faria um vibrante apelo ao voto nas Presidenciais. "As eleições presidenciais não decidem tudo, mas são uma oportunidade de assegurar um contributo de mobilização e mudança. Por isso, nos próximos dias 22 e 23, o voto certo e útil, tambem dos trabalhadores emigrados, é o voto em Francisco Lopes!", disse.
Suscitando prolongados aplausos dos participantes, Raul Lopes terminou a sua intervenção com a leitura de um conhecido poema, de Ary dos Santos, intitulado "O Futuro" e um sonoro "Viva Portuga!".
Encerrada a sessão, sucedeu-lhe um animado convívio à volta de um Porto d'Honra.
Candidatura de Francisco Lopes
Alguns dos apoiantes em França.
A determinado momento da sua intervenção, Raul Lopes disse querer "saudar os apoiantes em França da candidatura de Francisco Lopes à Presidência da Repúbica, de quem divulgamos hoje aqui alguns nomes e mais iremos divulgar nos próximos dias. São homens e mulheres, jovens e menos jovens, provenientes de diversificados estratos socio-profissionais, operários, estudantes, empregadas de serviços domésticos, bancários, empresários, licenciados, dirigentes associativos, sindicalistas, eleitos nas autarquias, artistas, que se revêem nesta candidatura apostada numa exigência de ruptura e mudança para o nosso País".
Aqui ficam os nomes dos apoiantes da candidatura então divulgados.
Alexandre Neto, engenheiro electrotécnico
António Ribeiro, presidente da AOP de Bobigny (93)
Augusto Graça, cantor
Bento Sargento Lopes, afinador de máquinas, activista sindical
Bruno Fialho, funcionário autárquico, ex-vereador de Paris 18e.
Gonçalo Rodrigues, empresário
João Rufino, porteiro
Joaquim Alexandrino, poeta popular
José da Silva, vereador de Achères (78)
José Lopes, fotojornalista
José Pereira, presidente da AOP de Villejuif (94)
José Roussado, bancário, director de agência
Luis Ferreira, empresário
Manuel Brito, presidente da ARCOP de Nanterre (92)
Octávio Espírito Santo, director de fotografia de cinema
Sandra Pereira, vereadora de Villejuif (94)
Virgílio de Almeida, funcionário da TAP reformado
Vitor do Carmo, músico/cantor