Comunistas portugueses de França elegeram delegados ao XIX Congresso do PCP

Nuno Gomes Garcia e Miguel Queirós terão a missão de, juntamente com outros quatro delegados, representarem as dezenas de organizações do Partido espalhadas pelo mundo e de apresentarem ao XIX Congresso do PCP os novos e velhos desafios com os quais se deparam os portugueses residentes no estrangeiro.
Aos
militantes oriundos de diferentes regiões do Hexágono (a maioria
veio da região parisiense, mas outros viajaram desde locais tão
distantes como Pau), juntou-se, vindo expressamente de Lisboa para
marcar presença na Assembleia, José Neto, membro do Comité Central
do PCP.
A Assembleia foi o culminar de meses de análise e debates sobre as Teses que foram decorrendo no seio dos vários organismos do PCP-França. Essas discussões prévias focaram-se, essencialmente, no contexto geopolítico europeu e mundial, na situação de crise da democracia portuguesa, na própria organização interna do PCP e, claro, nos temas relacionados com o aumento da emigração.
A atualidade portuguesa e europeia esteve, porém, quase sempre no centro da discussão, nomeadamente na introdução ao debate levada a cabo por José Neto.
Reafirmou-se
que a verdadeira alternativa para salvar Portugal da destruição
perpetrada pelo Governo PSD/CDS-PP, com a conivência do PS, deve
começar com a imediata e urgente renegociação da dívida que, tal
como vem dizendo o PCP há mais de um ano, é uma das condições
indispensáveis para tirar a sociedade e a economia portuguesas da
beira do abismo e inverter a rota de empobrecimento a que estamos a
ser sujeitos.
Os militantes, após dezenas de calorosas intervenções, geraram consensos e apresentaram algumas propostas de alteração às Teses.
Foram apresentadas propostas de alteração que incidiram tanto sobre assuntos ligados à emigração como sobre questões geopolíticas de teor mais amplo.
O
coletivo decidiu, então, que as Teses que visam a temática da
emigração serão "enriquecidas" com o contributo das propostas
de alteração apresentadas na Assembleia.
Nem todas as propostas tiveram a mesma sorte. Enquanto umas foram aceites unanimemente, outras foram democraticamente recusadas pela maioria dos militantes comunistas presentes na Assembleia.
Tal como os dois documentos sujeitos a votação, os delegados que viajarão para Almada em representação dos comunistas portugueses residentes em França foram eleitos por unanimidade.