Os 91 anos do Partido Comunista Português
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Ao longo do discurso de encerramento da
festa, Francisco Lopes, membro da Comissão Política do Comité
Central do PCP e ex-candidato à Presidência da República nas
eleições de 2011, analisou as circunstâncias que conduziram à
intervenção externa por parte da Troika (FMI, EU e BCP) e expôs
"as implicações devastadoras que esse pacto de agressão vai
promovendo no decréscimo da qualidade de vida do povo português".
Os problemas que afectam a Diáspora
estiveram sempre presentes na sua intervenção. Francisco Lopes
enfatizou que "a organização do PCP em França está preocupada
com as consequências que as políticas de direita, de abdicação
nacional, têm no seio da comunidade emigrante, nomeadamente no que
diz respeito à nova vaga emigratória. Uma emigração que não é
opcional, não é por decisão própria, mas é, sim, forçada, pois
os portugueses que saem do país visam, tal como no passado, fugir ao
empobrecimento generalizado e à falta de oportunidades".
Os assuntos mais prementes e actuais não passaram despercebidos ao orador. Francisco Lopes referiu "a alienação dos direitos que a Constituição da República garante aos portugueses residentes no estrangeiro". O ex-candidato a Belém salientou "o ataque continuado ao ensino da língua portuguesa no estrangeiro, uma investida inconstitucional que retira aos filhos dos emigrantes a possibilidade de aprenderem a língua portuguesa" e o encerramento de alguns consulados, "uma medida arbitrária que tem o condão de afastar os emigrantes portugueses de Portugal".
Francisco Lopes terminou com uma mensagem aos emigrantes portugueses residentes na região de Paris. "Este tempo de crise, em que olhamos para um futuro carregado de interrogações, é, simultaneamente, um tempo de acção e de luta. Por isso, ninguém deve guardar os problemas apenas para si próprio ou para o vizinho. Os portugueses devem resolver os seus problemas em conjunto e exigir, em manifestações colectivas e maciças, um caminho diferente". (Fonte: Luso Jornal)