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AGRAVA-SE A SITUAÇÃO DO ENSINO DO PORTUGUÊS NA ALEMANHA

sala_de_aulaO Organismo de Direcção dos Comunistas Portugueses Residentes na Alemanha alerta a Comunidade Portuguesa para a intensificação da ofensiva do Governo contra o ensino do português no estrangeiro. A retirada dos cinco professores de apoio dos consulados e o não reinício do ano lectivo em várias localidades resultam do agravamento da ofensiva desencadeada nos últimos anos por vários governos do PSD e do PS mas que assumiu uma forma extremamente grave com os Governos do PS-Sócrates e com a acção do SECP António Braga. Apesar de avisado pelo CCP da gravidade da orientação seguida e de ter sido confrontado com a oposição da Comunidade Portuguesa traduzida em várias manifestações e abaixo-assinados, o Governo tem insistido em prosseguir uma política contra o ensino cujos resultados desastrosos estão agora à vista.

Todas essas medidas impostas sem consulta ao Conselho das Comunidades - e que comportaram até agora a aprovação do Regime Jurídico do Professor, a escola virtual, a passagem da responsabilidade do ensino junto das comunidades para o Instituto Camões (instituição vocacionada para o ensino a estrangeiros), a fragilização da situação profissional dos professores obrigando muitos dos mais competentes a regressar a Portugal ou a aceitar leccionar outras matérias nas escolas alemãs - têm conduzido a uma quebra brutal do número de alunos nos cursos de língua materna. Se em 2001 em toda a Alemanha, ainda frequentavam os cursos de português (língua materna) 8.341 alunos, hoje esse número baixou para 5.263. Trata-se de uma quebra impressionante de quase quarenta por cento correspondente a 3.168 alunos e que resulta de uma política premeditada de falta de incentivo com o objectivo de pôr fim ao ensino o mais rapidamente possível.

A presença nos consulados dos professores de apoio, responsáveis pela organização dos cursos, pelo contacto com os pais dos futuros e actuais alunos, pelo apoio logístico aos professores e pela garantia de instalações disponíveis onde as aulas possam ter lugar bem como pelo contacto permanente com as autoridades escolares alemãs são tarefas que a não serem realizadas por professores experientes e dedicados totalmente a essas funções conduzirão a muito curto prazo ao fim da rede do ensino.

Os Comunistas Portugueses residentes na Alemanha apelam à Comunidade Portuguesa para que apoie todas as iniciativas de luta e de resistência que possam contribuir para salvar e garantir aos nossos filhos a existência do direito constitucional à aprendizagem da sua língua materna e nacional. Sem portugueses a falar português e conhecedores da nossa história e a nossa cultura não existirão Comunidades Portuguesas dignas desse nome.

 

 

Dusseldorf, 19.09.2010