Alarga-se o movimento em defesa do ensino da língua e cultura portuguesas no estrangeiro
(Extractos de um artigo de Domingos Pereira, presidente de uma Associação de Pais em Zurique) - 11.12.11
"A menos
de um mês do final do primeiro semestre de aulas, - a 29 de Novembro
- 20 docentes na suíça dos cursos de língua e cultura portuguesa
no estrangeiro receberam uma comunicação - primeiro por telefone
e posteriormente por via electrónica - que a 31 de Dezembro 2011
cessariam as suas funções. A indignação instalou-se na comunidade
portuguesa.
Talvez numa tentativa de analisar a situação, o assessor do Sr. Secretario de estado José Cesário, foi recebido nas instalações do Consulado Geral de Portugal em Zurique pela Sra. Cônsul, no passado Domingo dia 10 de Dezembro. Um encontro organizado num secretismo quase perfeito pela célula do partido no governo em Zurique.
Quando terminada a visita, foram surpreendidos por quase duas centenas de cidadãos portugueses a residir nesta cidade. Foi o "repicar dos sinos" por via de SMS, que se deslocaram ao consulado, com a intenção de obter respostas as suas perguntas.
Nem a representante da República Portuguesa em Zurique, - que abandonou as instalações no meio do diálogo, nem o representante do Ministério o Sr. José Governo, "tiveram qualquer resposta para o despedimento de vinte professores, nem como e quando retomariam as aulas para os mais de 2000 alunos, quem se responsabilizava pelo certificado de avaliação a ser entregue ao professor da escola suíça no final de Janeiro".
O secretismo da visita do Sr. Governo e a sua afirmação quase contínua de que "estamos aqui para vos ouvir" fez subir o termómetro da indignação, dos que se sentiam humilhados pelo governo português, ao negar o ensino da sua língua e cultura a mais de 2000 jovens e crianças portuguesas e luso-descendentes na Suíça, mas também "pela forma desorganizada, arrogante que tinham sido tratados pelos representastes do estado português".
Neste mesmo dia pela manhã, numa escola na zona sul da cidade, três dezenas de encarregados de educação foram proibidos pela responsável da coordenação nacional do ensino a senhora Góis, de entrarem na sala onde se realizaria uma suposta reunião com comissões de pais da zona consular de Zurique.
Segundo um representante de uma comissão de pais da cidade de Zurique, assistiram a momentos de "confusão, desorganização, incompetência e arrogância". Metade das comissões ali representadas, não foram convocadas. Souberam deste encontro por ângulos e travessas, para ouvir a representante do Instituto Camões a dizer "não tenho culpa, não sei nada".
O XIX Governo Constitucional, com o apoio do Instituto Camões, quer acabar com o ensino de língua e cultura em 72 países, com o emprego de 1.691 docentes do ensino superior, secundário, básico, pré-escolar, frequentado actualmente por 155 000 alunos."