Organização dos comunistas portugueses em França realizou a sua Assembleia
PCP realizou 1ª. Assembleia da Organização em França
Mais de meia centena de pessoas, militantes e convidados, participaram na 1ª. Assembleia da Organização em França do Partido Comunista Português, que se realizou, no passado domingo, na cidade de Nanterre (92), nos arredores de Paris, e que contou também com a presença de Rosa Rabiais, do Comité Central.
Durante os trabalhos, que decorreram entre as 10 e as 17,30 horas, fez-se o balanço da intervenção dos comunistas portugueses em França nos últimos 3 anos, debateu-se a situação social e política em França, em Portugal e na Europa, e definiram-se objectivos no sentido do reforço da organização partidária, da dinamização da sua actividade e da ligação aos problemas e anseios da Comunidade Portuguesa presente no país. Foi eleito também o Organismo de Direcção Nacional (ODN), o órgão que assume a responsabilidade de direcção do Partido e da sua actividade nos próximos anos, até à nova assembleia.
Esta assembleia teve a particularidade de ser a primeira a representar a totalidade dos militantes residentes no território francês, pois, apesar de já se terem efectuado 13 anteriormente, estas se limitavam à Organização na Região de Paris, porque era esta a região com maior implantação de militantes e de células organizadas.
Como se afirma na Resolução Política então aprovada, esta reestruturação "constituirá um passo em frente no reforço orgânico do PCP, na sua maior ligação às massas, no aumento do seu prestígio e influência junto da Diáspora".
O documento sublinha ainda que "estruturando melhor a organização, dando vida regular às células existentes, pondo a funcionar as que estão paralisadas e criando novas, responderemos melhor às necessidades do crescimento do PCP em França. Motivaremos os militantes para uma maior dinâmica de intervenção e de iniciativa na vida partidária e para uma mais profunda ligação à realidade em que estão inseridos, de molde a intervirem em torno de problemas concretos que a política do Governo PS/Sócrates coloca às Comunidades Portuguesas e no desenvolvimento da luta em defesa dos interesses e legítimas aspirações dos emigrantes e suas famílias".
Rosa Rabiais: cada dia que passa mais se degrada a situação no nosso País
Na intervenção de encerramento, Maria Rosa Rabiais afirmou que "é [...] em redor dos problemas concretos e mais sentidos pelos portugueses em França que os comunistas têm que intervir, para ajudar a resolvê-los, para elevar a consciência social das pessoas, para incentivar a sua participação política, social, cultural e associativa, para afirmar e ganhá-las para as posições do Partido. É aqui que vivemos, é aqui que lutamos!".
Mas acrescentou que "tudo o que se passa em Portugal nos diz respeito porque se trata do nosso País, do nosso Povo, [...] porque é da intensificação da exploração capitalista que se trata, da mesma raiz que impõe mais e mais sacrifícios aos trabalhadores e aos sectores mais desfavorecidos quer sejam portugueses, franceses, gregos ou espanhóis, em beneficio dos grandes grupos económicos e financeiros".
[...] Não é exagerado dizer que em cada dia que passa mais se degrada a situação política, económica, social e cultural no nosso país.
Numa escalada nunca vista, o PS e o PSD, com o conluio do CDS-PP e do Presidente da República, conspiram para levar mais longe as medidas de austeridades sobre os trabalhadores, os reformados, os sectores mais lesados pela política de direita.
Não contentes com a gravidade das imposições que aprovaram no PEC, e acossados pela pressão das grandes potências europeias e pelos especuladores ao seu serviço, querem ir mais longe mas sempre na mesma direcção: contra os trabalhadores a favor dos grandes interesses económicos e financeiros.
[...] Ao congelamento e redução dos salários, ao ataque aos direitos, às alterações dos critérios de atribuição do subsídio de desemprego, aos cortes nos apoios sociais e nas pensões sociais, aos aumentos do IRS com a limitação das deduções com as despesas de saúde e educação, à diminuição das verbas para os serviços públicos e à anunciada vaga de novas privatizações de serviços e empresas do Estado, acrescentaram o aumento do IVA, um imposto adicional no IRS, mais cortes nos apoios sociais, medidas gravosas no sector da saúde, o corte dos investimentos públicos, etc. etc."
[...] Reafirmamos que a classe operária, os trabalhadores e todos aqueles que aspiram a uma sociedade livre da exploração do homem pelo homem, podem continuar a contar com este Partido que, pela sua natureza de classe, pela sua identificação com os interesses, aspirações e lutas de todas as classes e camadas atingidas pela política de direita é hoje o grande partido de oposição de esquerda no nosso país, portador de um projecto político de transformação revolucionária da sociedade", concluiu a dirigente comunista.
Organismo de Direcção renovado e rejuvenescido
O novo Organismo de Direcção Nacional (ODN) do PCP em França é constituído por 12 militantes: 9 homens e 3 mulheres
Quanto à composição etária, a idade média é de 48 anos, tendo o mais velho 68 anos e o mais novo 25. Três destes têm menos de 31 anos.
Dos actuais membros do organismo, somente 4 tinham sido eleitos na última Assembleia da Organização, realizada em Fevereiro de 2007, 3 tinham sido cooptados no período que mediou entre as duas assembleias e 5 irão exercer tarefas de direcção pela primeira vez.